
E tenho dito: ninguém é.
Estamos todos em transição. Desde o momento em que despertamos para o verdadeiro sentido da vida, começamos, pouco a pouco, a moldar nossa melhor versão.
O que passou… não importa mais. O presente é o primeiro passo de um novo começo. E o futuro? É a escada que vamos subir com tudo o que aprendemos.
Por muito tempo, eu caminhei com vendas nos olhos. Vivendo no automático, repetindo padrões, obedecendo comandos silenciosos que eu nem sabia de onde vinham. Fui um reflexo do que aprendi com os outros — e não daquilo que eu era.
Achei que gostava de festas porque meu pai era sociável. Achei que preferia o silêncio porque minha mãe amava a casa em paz. Mas eu… eu não sabia do que gostava. Porque nunca me perguntaram. E eu também nunca parei para descobrir.
Foi só quando tracei uma linha entre o mundo e eu que comecei a enxergar com clareza. Percebi que muitas escolhas não eram minhas. E que, em meio à poeira dos desejos dos outros, existia alguém ali… esperando ser visto.
Esse alguém era eu.
Uma versão esquecida de mim mesma, mas que sempre esteve aqui. Silenciosa. Paciente. Esperando que eu tivesse coragem de voltar.
E hoje eu sei: enquanto não encontramos o caminho de volta pra nós mesmos, nada faz sentido. Porque propósito não nasce de fora. Ele nasce de dentro — de quem somos, não de quem tentamos ser.